Não me identifiquei com a psi, e agora?

Existem muitas peculiaridades no processo psicoterapêutico e a falta de identificação com a psicóloga ou com seus métodos é mais comum do que parece. Vamos entender um pouco mais sobre isso e o que fazer caso aconteça com você?

A psicoterapia ocorre a partir da relação que é construída entre psicóloga e cliente. Para que funcione, é necessário que haja abertura de ambas partes para experimentar o que emergir no processo.

Porém, pode acontecer (e não é incomum) que, por alguma razão, não ocorra uma identificação entre cliente e profissional e, o que acaba prejudicando o andamento da psicoterapia, pois, se a pessoa não se sentir confortável, não irá se abrir para o processo.

Pra lhe tranquilizar sobre isso, eu vim aqui, como psicóloga, pra dizer que esse fenômeno é bem mais comum do que parece e existem alguns pontos que devem ser considerados ao falarmos dessa questão:

• A psicóloga também é uma pessoa e, por mais que ela seja amparada tecnicamente, existem as características dela e seu modo singular de trabalhar, que podem ou não se encaixar com o que você precisa;

• Na psicologia existem diversas abordagens e métodos que fundamentam a prática de cada profissional. E essas abordagens e métodos, somados à personalidade da psi, irão formar o modo como ela se coloca no processo;

• A pessoa mais importante do seu processo psicoterapêutico é você. Por isso, você tem o direito de procurar alguém com quem se identifique melhor, caso haja necessidade.

Já percebeu que não rolou identificação, mas tem receio de falar com ela sobre isso?

Algumas pessoas permanecem no processo, mesmo estando incomodadas (isso aqui já é um bom tema de terapia, hein?! rsrs) e outras até encerram o contato, mas acreditando que a psicoterapia não é para elas ou até mesmo que não funciona, se fechando para novas possibilidades, pelo fato de não terem se identificado com a profissional e acreditar que todas serão iguais.

Se esse incômodo ou falta de identificação foi no primeiro contato, sugiro que antes de mudar de psi, tente mais algumas vezes. A tensão do primeiro encontro pode fazer com que a experiência não seja tão boa. Mas se você já tentou mais algumas vezes e não se sentiu bem na relação, não há problema algum em se desvincular, o que não é legal é você continuar numa relação que não está fazendo sentido pra você.

Se você se identifica com o exemplo da pessoa que continua mesmo estando insatisfeita, sugiro que converse com sua psi e explique como se sente. Se, a partir desta conversa, você perceber que nada poderá ser feito para melhorar a experiência de vocês como parceiras, comunique que não dará continuidade e esclareça os motivos. Não precisa ter receio do que ela irá pensar, se ficará chateada ou desapontada. Pois nós (pelo menos eu e colegas que conheço de perto) prezamos pela autonomia do cliente em todo momento e entendemos que coisas assim acontecem o tempo todo. Talvez ela até indique alguém de confiança que você possa se identificar!

Agora, se você faz parte do grupo que se fechou após uma experiência que não gostou, antes de abandonar a ideia da terapia por conta de uma experiência negativa, vale a pena experimentar novamente com outra profissional. Acredito que, em algum lugar, há de ter uma psi pra você chamar de sua!

Hoje, com os avanços nas formas de divulgação, as redes sociais são ótimas ferramentas que podem te auxiliar a encontrar uma profissional com quem se identifique, sem a preocupação de estar fisicamente distante, pois existe a alternativa do atendimento on-line, o que amplia bastante as opções pra você escolher. Além disso, busque recomendações de pessoas conhecidas que tiveram boas experiências. Mas lembre-se, o fato dessas pessoas terem gostado, não significa que você vai gostar (as coisas são beeem complexas quando se trata de subjetividade rsrs), mas já pode facilitar sua busca.

O importante é não desistir de se cuidar!

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